QUERO ASSOCIAR

    A autora e especialista em tecnologia estará presente na IHRSA 2020. Em entrevista para a Revista CBI, ela compartilha conosco a sua visão sobre a relação entre a internet e o mercado wellness.

    Com as tendências mudando o tempo inteiro, sai na frente quem apostar em fazer parte de todas as novidades, certo? A especialista Crystal Washington discorda. Famosa por sua habilidade de desmistificar aplicativos e redes sociais, simplificando-os para o acesso das pessoas e empresas, ela defende o uso consciente dos canais de comunicação. Mais do que estar presente, a prioridade do seu negócio precisa ser gerar valor e ser lembrado por consumidores que estejam engajados no seu propósito.

    “Eu acredito que o mundo estará mais conectado do que nunca no futuro, e também que as pessoas estão começando a se sentir sobrecarregadas por essa conexão constante – que não é diferente de viver sob vigilância”, afirma Washington. Pensando nesta tendência do futuro, ela compartilha insights que podem te ajudar a começar uma análise das iniciativas da sua marca no ambiente tecnológico.

    A Internet literalmente mudou a aparência, o visual, a complexidade, o caráter e o ritmo do mundo atual. Se você tivesse que descrever esta transformação de forma sucinta, o que diria?

    A internet encolheu o mundo e, ao mesmo tempo, nos empurrou para muito mais longe uns dos outros. Encolheu no sentido de que agora nós podemos impactar uma pessoa que está do outro lado do mundo em questão de segundos. Nós podemos, por exemplo, enviar dinheiro instantaneamente para uma vítima de algum desastre natural. Mas ela também nos afastou no que diz respeito ao vício na internet, motivo pelo qual estamos colocando-a no lugar de anotações escritas, conversas cara-a-cara, e, até mesmo, do tempo de qualidade com a nossa família.

    Sua especialidade são aplicativos, mídias sociais e web. Se um gestor de academia te perguntasse quais são as coisas mais importantes que ele precisa saber sobre o assunto, o que você aconselharia?

    Em primeiro lugar, eu diria que é necessário pensar essa tecnologia de forma estratégica. Não existe algo como uma estratégia de aplicativo, estratégia para web ou para mídias sociais – é tudo parte de uma só estratégia de marketing. Estas são apenas ferramentas que se deve utilizar para comunicar os valores da sua marca.

    Por conseguinte, saiba qual é a sua principal audiência – quem ela é, onde encontrá-la, e como as suas mensagens a afetam. No caso das mídias sociais, uma dica é se juntar às redes que mais os atraem. Para a web, trabalhando com anúncios, tendo presença em canais diferentes, você precisa entender os hábitos de navegação dos seus clientes. E quando o assunto é aplicativo, se está procurando usar ou desenvolver algum – deve estar atento às preferências e funcionalidades do momento. Tenha certeza de que está priorizando a forma como esses esforços impactam o consumidor, pois, no final, tudo se resume na experiência que ele pode ter no seu serviço.

    Você é uma entusiasta defensora da tecnologia, mas também é muito cuidadosa com as armadilhas e erros comuns. Qual cuidado você recomenda para os leitores?

    Um dos principais erros que vêm sendo cometidos, em âmbito pessoal e profissional, é a síndrome da novidade. Quando as pessoas veem algo novo e inovador, elas imediatamente pensam que precisam disso quando, na verdade, aquilo não vai fazer diferença. Não olhe para aquele aplicativo novo ou produto tecnológico e pense “isso vai resolver o meu problema”. Ao invés disso, reavalie os seus processos, indicando os problemas e, depois, veja se tem alguma tecnologia que pode ajudar a resolvê-los. Infelizmente, muitas empresas e pessoas optam pelo contrário, e essa é uma das armadilhas mais perigosas.

    Uma das maiores tendências na nossa indústria hoje é a proliferação explosiva dos serviços de exercícios por streaming. Alguma opinião sobre isso?

    Existem algumas maneiras às quais nós podemos olhar para isso. Por um lado, o streaming oferece uma série de benefícios, dando às pessoas as informações que elas querem, quando querem, instantaneamente. No caso do fitness, isso dá a elas a chance de achar um instrutor com apenas um “clique”. Isso se alinha com as necessidades dos indivíduos que, por um ou outro motivo, não podem – ou estão hesitantes – em usar uma academia de verdade: pessoas com deficiência, introvertidas ou que moram em zonas rurais. Então eu acho que esta é uma enorme oportunidade de branding.

    Por outro lado, no decorrer do tempo, à medida em que a popularidade cresce, vão haver mais e mais plataformas de streaming e as coisas vão ficar mais competitivas. A pergunta, então, é: qual é o benefício desta iniciativa para o consumidor final? O que se pode oferecer que os outros não podem? Seja muito honesto consigo mesmo, pois, como gestores, nós tendemos a pensar que o que nos diferencia é exatamente o que nos acomoda. Se quiser participar desta tendência, como é possível gerar valor e relevância?

    Crystal Washington vai pedir ao público que “imagine o futuro” no sábado, 19 de março, das 11h30 às 12h30, na IHRSA San Diego 2020. Para mais informações sobre o evento, acesse hub.ihrsa.org/ihrsa-2020.