A tecnologia biométrica não é mais apenas ficção científica. Uma pesquisa encomendada pela Spice-works, uma rede de profissionais de tecnologia da informação nos Estados Unidos, revelou que atualmente 62% das empresas utilizam tecnologias de autenticação biométrica, e que outros 24% planejam implementá-las até 2020.
Portanto, não é de surpreender que as academias norte-americanas tenham começado a implantar essa tecnologia. Scanners de reconhecimento de impressão digital e facial reúnem os dados de compra; scanners biométricos acompanham as horas de trabalho dos colaboradores e scanners corporais geram imagens em 3D para determinar a perda de peso de um cliente e ajudá-lo a atingir suas metas de construção muscular.
O que, exatamente, é informação biométrica?
Dados biométricos são informações produzidas por identificadores biométricos, ou seja, pontas dos dedos, retina, íris e varreduras de voz, rosto e mão de uma pessoa. Todos são atraentes e potencialmente lucrativos para as empresas.
Sua natureza muito pessoal os torna particularmente sensíveis. “As senhas biométricas de um usuário estão em exibição pública toda vez que ele sai de casa”, destaca Jane Bambauer, professora associada de direito da Faculdade de Direito James E. Rogers, da Universidade do Arizona, em Tucson.
Essa vulnerabilidade impõe responsabilidades consideráveis aos gestores de academias que optam por usar informações biométricas de funcionários e clientes, e os obriga a estabelecer procedimentos para protegê-los adequadamente.
Questão de consentimento
Nos Estados Unidos, apenas Illinois, Texas e Washington têm estatutos que regulam o uso de tais dados. O mais extenso é o Ato de Privacidade de Informações Biométricas de Illinois (BIPA), que entrou em vigor em 2008.
Se as academias em Illinois não forem cuidadosas, elas podem violar o BIPA, ao por exemplo, exigir que os funcionários digitalizem suas impressões digitais para chegar ao local de trabalho. Na verdade, isso já aconteceu. Em uma situação, um funcionário entrou com uma ação coletiva contra seu empregador por não obter o consentimento do funcionário antes de coletar seus dados de impressões digitais.
Diretrizes
Nos Estados unidos já existem diretrizes disponíveis para empresas atuarem. As medidas recomendadas se enquadram em duas categorias: desenvolver procedimentos de segurança que mantêm a integridade das informações confidenciais e treinar a equipe para implementá-los. Em conclusão, as tecnologias biométricas podem permitir que as academias melhorem a experiência tanto de funcionários quanto de clientes.
Ficar a par das leis atuais - e desenvolver procedimentos que antecipem tendências futuras - é essencial para todas as academias da IHRSA que esperam operar com sucesso no século XXI.