Pesquisa desenvolvida pela Tecnofit com o especialista em gestão fitness e consultor Luis Amoroso revela a percepção dos membros de academias no contexto pós-pandêmico no Brasil. Confira os principais resultados do relatório e como você pode se preparar para gerenciar seu negócio!
Dentre os inúmeros desafios e reflexos da recente pandemia gerada pelo COVID-19, todos, tanto pessoas quanto negócios, se depararam com algo que sempre esteve presente, mas até então, não percebido de maneira tão relevante: o claro entendimento da nossa percepção diante das incertezas e, ainda, a insegurança gerada pela falta de parâmetros para podermos analisar e comparar o cenário atual com as experiências passadas na busca da identificação de tendências e referências para o futuro.
Em meio a este cenário, no qual o planejamento se torna complexo e as ações necessitam ser assertivas, o caminho é ouvir diretamente do cliente os seus sentimentos e incorporar a sua voz como diretriz.
Este é o propósito da maior pesquisa nacional do segmento fitness realizada pela Tecnofit e o consultor Luis Amoroso. Seu objetivo é identificar o que os alunos esperam das empresas na retomada das atividades e como tem sido o comportamento dos que já retornaram aos treinos.
(Foto/divulgação: Infográfico Representatividade de resposta por região. A maior pesquisa com alunos do segmento fitness do Brasil).
Foram mais de 15 mil respostas coletadas provenientes de todas as regiões do país por meio da participação de mais de 340 empresas ao longo dos meses de julho e agosto. A coleta de informações foi realizada por meio de um questionário eletrônico enviado a alunos e ex-alunos com perguntas fechadas cujo objetivo era quantificar o grau de concordância através das metodologias Phrase Completion (respostas com avaliação entre 0 e 10) e Escala Likert na qual os participantes estabelecem o seu nível de concordância entre cinco opções apresentadas.
Entre os alunos que mantiveram as suas filiações ativas ao longo do período de paralisação, 58% já retornaram aos treinos. Este grupo que tende a reunir os “hard users” (alunos com alta aderência e utilização intensa) pode ser um importante aliado na divulgação dos cuidados que estão sendo tomados pelos estabelecimentos, contribuindo, portanto, na tomada da decisão do retorno daqueles que ainda estão em dúvida.
Contribuindo positivamente com o movimento mundial onde as empresas fitness são locais seguros, 84% dos alunos que retornaram dizem estar muito satisfeitos com as medidas de segurança adotadas avaliando entre 9 e 10 a adoção e execução dos protocolos e higiene. Mais que as ações e cuidados tomados em si, é importante que haja uma comunicação efetiva assegurando que todos tenham ciência em relação às medidas adotadas
Neste cenário, os cuidados com os protocolos e higienização fazem com que 88% dos alunos se sintam extremamente seguros no ambiente de treino. Assim, o principal desafio aos gestores é estar atentos ao rigor e à manutenção de tais medidas, tanto pelos funcionários, quanto pelos alunos, evitando, com o passar do tempo, que o comprometimento com a segurança seja relaxado.
Se a retomada se apresenta como um desafio, 77% dos pesquisados dizem pretender treinar 3x por semana ou mais, sendo este um indicador positivo que aponta para uma alta na retenção.
Dentre os 42% dos alunos que mantiveram as suas filiações ativas ao longo do período de paralisação e ainda não retornaram, 8% dizem pretender retornar em breve. Inevitavelmente haverá perdas. E dentre 10% dos que ainda não retornaram, 3% dizem que não voltarão no ano de 2020 e 7% voltarão apenas após haver uma vacina comprovadamente eficaz.
Os indecisos somam 24% sendo que 19% dizem não saber quando retornarão e 5% retornarão somente quando o estabelecimento tiver cumprido com todas as medidas de segurança.
Aqui há uma grande oportunidade de recuperação destes alunos indecisos. Por meio de estratégias de comunicação eficientes com foco na segurança e na sensibilização em relação aos riscos comprometedores à saúde por não estar praticando atividades físicas regulares neste momento que as pessoas se mostram mais atentas e preocupadas com sua saúde, o aluno pode decidir voltar aos treinos.
Um dado bastante relevante, verificado por meio da pesquisa, é o principal motivo que fará com que os alunos que ainda não retornaram voltem a praticar atividade física. A grande maioria, 64% diz que voltará pelo cuidado com a própria saúde seguido, de longe, pela saudade da rotina com apenas 14%. Já 12% revela que a segurança em relação às medidas preventivas adotadas é o fator mais importante enquanto o cuidado com a aparência somou 7% e sociabilização 3%. Isso aponta para uma mudança no perfil do público do segmento fitness, até então, marcado pela busca pela performance e estética.
Concluindo o estudo, as respostas dos alunos cujos estabelecimentos ainda não reabriram, 41% dizem pretender retornar imediatamente após a retomada.
Dentre os 40% dos alunos que dizem não terem certeza de quando irão retornar após a reabertura, 23% dizem que só retornarão caso se sintam seguros de que o estabelecimento esteja tomando todas as medidas de segurança e 17% ainda não sabem quando retornarão.
Cabe aqui destacar a importância de estar preparado como se fosse para reabrir amanhã. Embora os protocolos sejam conhecidos e haja uma grande ansiedade para retornar, muitos gestores acabam deixando os preparativos e treinamento da equipe para o último minuto comprometendo a qualidade e os resultados.
Assim como o que ocorre com os alunos cujos estabelecimentos já reabriram, 19% dos alunos, cujos estabelecimentos permanecem paralisados, não pretendem voltar tão cedo. Desse grupo 11% declarou que aguardará uma vacina segura e 8% só pretende voltar no próximo ano.
Quanto às medidas de segurança, a pesquisa buscou entender o grau de importância que os alunos dão a diversos itens e protocolos. Nesta pergunta, as respostas foram classificadas com base no percentual de alunos que avaliaram como essencial, estabelecendo a seguinte escala: 0% nada importante, até 25% pouco importante, até 50% importante, até 75% muito importante e até 100% essencial.
- Aumento dos cuidados com a limpeza e higienização: muito importante (72%)
- Disponibilidade de produtos para a higienização: muito importante (71%)
- Sinalização adequada para o distanciamento social: muito importante (62%)
- Medição da temperatura na entrada: importante (42%)
- Placas de proteção na recepção: importante (31%)
- Liberação de uso de chuveiros: pouco importante (12%)
Devido às dimensões do país, a pandemia se desenvolveu de maneiras diferentes em cada região. Também os Governos Estaduais e Municipais gerenciaram a crise pandêmica de formas distintas, com diferentes graus de rigor.
Estes fatores refletem diretamente no comportamento do aluno, o que pode ser observado por meio do coeficiente que soma as respostas dos alunos que só retornarão após a existência de uma vacina segura aos que ainda não sabem se retornarão, dividido pelo total de respostas da região. As regiões com mais altos graus de insegurança são norte e sul, as intermediárias são centro-oeste e sudeste e a mais baixa é a norte.
Segundo Jacqueline Antunes, diretora da IHRSA para a América Latina, os dados provam que, com protocolos de higienização adequados, as pessoas podem retornar com segurança às suas rotinas de treinamento.
Para Gustavo Borges, ex-atleta olímpico, multicampeão de natação e ex-presidente da ACAD Brasil, o fato de 84% dos alunos que retornaram estarem satisfeitos com as medidas de segurança está relacionado com o cuidado que as academias estão tomando e expressa que por meio de medidas adequadas os alunos voltarão.
Para Guillermo Vélez, fundador e diretor da revista Mercado Fitness, devemos garantir que as nossas ações diárias em relação à segurança do ambiente de treinamento sejam congruentes com as nossas palavras.
Enfim, talvez um dos legados positivos da pandemia seja ter mostrado às pessoas a importância do cuidado com a saúde já que corpos e mentes saudáveis atuam como medida preventiva a doenças, especialmente ao COVID19.
Portanto, mais do que nunca os negócios fitness devem se posicionar como promotores de saúde e de bem-estar por meio de mudanças que vão, desde a reestruturação dos serviços à comunicação, o atendimento e a atitude dos funcionários.
Essa pesquisa foi realizada pela TECNOFIT e o consultor Luis Amoroso, com apoio da IHRSA, CREF9/PR e ACAD Brasil. Você pode acessar o material completo gratuitamente clicando aqui