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    A diretora operacional da Competition, Flavia Brunoro, aponta o investimento nas pessoas como principal diferencial para que a rede se adapte aos desafios do futuro.

    Em entrevista concedida à revista CBI de julho, ela compartilha as iniciativas de RH desenvolvidas para engajar os colaboradores e fazer a diferença em suas vidas. Confira o trecho final da entrevista da executiva.

    CBI: Como a sua experiência na PriceWaterCoopers contribuiu para moldar sua atuação na Competition?

    Flavia Brunoro: Eu sempre fui uma pessoa ativa e a PwC impulsionou meu aprimoramento técnico. Aprendi a organizar meus pensamentos e ideias dentro de um modelo racional e estruturado, que considera objetivos, impactos, resultados e fatores críticos para o sucesso.

    Aprendi a criar métodos de trabalho e modelos de gerenciamento simples e fáceis, que pessoas de todos os níveis hierárquicos podem entender. Isso é útil no meu trabalho hoje, quando preciso mudar algo ou lançar novos projetos para envolver e motivar os colaboradores.

    CBI: Alguma outra lição vem à mente?

    FB: A chance de trabalhar em várias empresas multissegmentadas trouxe muita clareza para o meu entendimento da força e do impacto da cultura organizacional e de como ela influencia relacionamentos tanto positiva quanto negativamente.

    Nesse sentido, já vi ambientes de trabalho bastante competitivos, compostos por colaboradores com grandes ideias, mas sem espaço para colocá-las em prática. Encontrei também pessoas muito capazes, mas sem entusiasmo ou senso de propósito.

    Isso me inspirou a criar um ambiente saudável e transformador, que reconhece os valores das pessoas como um fator decisivo no gerenciamento consciente de qualquer negócio.

    CBI: Você agora é diretora operacional da Competition e ocupa uma posição de comando em três unidades da rede, que pertence a uma holding. Como isso mudou a dinâmica do seu trabalho?

    FB: Como diretora operacional, acompanho as vendas da companhia, a experiência do cliente e as equipes técnicas e de gerenciamento de pessoas. Nessa posição, tenho sido capaz de contribuir de forma inovadora, trazendo ideias e implementando projetos que têm mudado a forma como nós enxergamos o trabalho e também o modo como o vivemos.

    Colaboradores que eram educadores físicos se tornaram “transformadores de vidas”. Talentos foram descobertos e revelados. O engajamento se tornou parte da cultura da empresa. Eu formulei missão, visão e valores do negócio...

    CBI: Quais são eles?

    FB: Nossa missão é “Mudar seu estilo de vida para que você viva mais e melhor”. Nossa visão: “Ser uma empresa admirada pela paixão e comprometimento em transformar vidas e inspirar pessoas a viver de forma mais saudável e feliz”. E nossos valores: “Ética, solidez, respeito, excelência, coragem e união”.

    Também implementei o modelo de gerenciamento Competition, que define nossas expectativas a respeito de funções, responsabilidades, indicadores, limiares e até reuniões. Desenvolvi projetos em todos os nossos sistemas de recursos humanos. Atualmente, temos 11 programas que focam em desenvolvimento e integração.

    Entre eles, estão: a Academia do Aprendizado, Competition Magic, Café com o Conselho, Programa de Talentos, Programa de Treinamento da Liderança e o Jogo da Empatia.

    Temos ainda sete iniciativas de reconhecimento. Na confraternização de final de ano da companhia são entregues os prêmios de “Líderes do Ano”, “Colaborador do Ano”, “Atletas em Ação”, entre outros.

     

    Flavia Brunoro 5Flávia Brunoro



    CBI: É um portfolio impressionante de iniciativas de RH. Pode nos contar sobre o “Café com o Conselho”?

    FB: O “Café com o Conselho” é uma reunião informal entre o conselho e um grupo de colaboradores focado em fortalecer relacionamentos. A beleza desse momento está na oportunidade de contar e ouvir histórias - especialmente agora, que as pessoas estão cada vez mais desconectadas.

    Não há certo ou errado nesse encontro. Cada pessoa constrói sua própria narrativa: dizendo as razões de sua escolha profissional, falando sobre o que as torna felizes, contando histórias de família e de carreira e compartilhando sonhos.

    Estar em contato com as histórias inspira e empodera. Além disso, humaniza os relacionamentos.

    CBI: É possível acessar o impacto e a efetividade desses programas?

    FB: Os resultados de todo esse trabalho pode ser mensurado quantitativamente ao se analisar o tempo de serviço. Nossa força de trabalho tem 24% de pessoas que estão conosco por um período de seis e 11 anos. Outros 16% tem mais de 12 anos de empresa.

    Também medimos nosso turnover, que varia entre 12% e 18%. Temos também a pesquisa de satisfação Medallia, que, ano passado, avaliou nosso time em 9.3 de 10.0. No entanto, é qualitativamente que nós podemos ver a dedicação e a seriedade que atingimos por meio desses programas produziu um inigualável retorno.

    Em um mercado em que a competição é acirrada, em que a produtividade e os resultados financeiros têm que ser produzidos todos os meses, o único modo sustentável de fazer negócios é engajando as pessoas.

    CBI: Pode nos contar um pouco mais sobre isso?

    FB: Nós não queremos somente cultivar o comprometimento das pessoas com a empresa, mas também ajudá-las a se engajarem com suas próprias missões de vida. Isso significa que precisamos criar condições, ferramentas e uma cultura de cuidado, respeito e apreciação pelo trabalho que está sendo feito.

    Ver colaboradores com 30 anos de empresa dando cada aula como se fosse a primeira de suas carreiras, sentir a felicidade de trabalhar para uma companhia que aprecia as histórias de vida e encoraja sonhos; ir a um lugar ao qual você escolhe ir todos os dias, não apenas para trabalhar e alcançar objetivos de negócios, mas também para transformar vidas com paixão e entusiasmo e ver sua própria vida transformada e escrita de uma forma única. Esses são os resultados que tentamos atingir.

    CBI: Como a Competition está respondendo à atual situação econômica e política do Brasil?

    FB: Acredito que nossa estratégia é apostar na vantagem de nosso conhecimento do comportamento do consumidor. Reconhecemos também o diferencial competitivo do nosso mercado e fortalecemos nosso posicionamento, além de investir na excelência de nossos serviços. Assim, ir à academia permanece como prioridade no orçamento das pessoas.

    Além dos desafios, a Competition pretende abrir novas unidades com modelos de negócio testados e ajustados, começando em 2020. E a estratégia para as novas três unidades full service é oferecer serviços diferenciados e de alta qualidade. Manter a eficiência da gestão também está nos planos.

    CBI: Parece que você está preparada para a tarefa.

    FB: Minha história de vida reflete minha coragem e determinação em ir atrás dos meus sonhos e viver minha missão - fazer a diferença nas vidas das pessoas. Consegui alinhar minhas três escolhas de carreira - esporte, psicologia e gestão - em uma única vocação.

    Isso me motiva a evoluir e compartilhar mais e mais, inspirando as pessoas a serem mais felizes, conhecerem seus talentos e vivendo seus propósitos.

    Conheça aqui outros assuntos abordados por Flávia durante a conversa com a revista CBI.