Monica Marques é diretora técnica da rede Companhia Athletica de academias e membro do board internacional da IHRSA. Entrevistamos a especialista na IHRSA 2019, em San Diego, nos Estados Unidos, a respeito de suas expectativas sobre o mercado, impressões sobre o evento e os destaques do cenário fitness e esportivo no ano de 2019. Quer saber mais sobre o evento? Então leia a entrevista a seguir.
Quais foram as principais tendências e inovações apresentadas na IHRSA 2019 e quais os destaques para o cenário brasileiro?
Em minha opinião, o principal destaque se dá pelas novas tecnologias que estão surgindo aos poucos no mercado como os chatbots, weareables e dispositivos com inteligência artificial. Há um grande bloco de novidades que nos levam a imaginar como podemos aplicar essas novas tecnologias nas academias. A pergunta que fica é: como se relacionar com a nova geração de consumidores online? Além disso, existe também a preocupação com uma série de regulamentações no mercado, como as novas leis que vêm surgindo e podem afetar o funcionamento das academias.
Você acredita que o educador físico brasileiro está preparado para lidar com essa nova oferta? Como você enxerga a relação entre a tecnologia e a preparação desses profissionais?
Não gosto de generalizar o setor, mas percebo que alguns estão preparados e outros não. É preciso entender que as novas tecnologias não são um fim em si mesmo, mas sim, uma ferramenta de trabalho que o profissional precisa entender. Usar tecnologias para obter dados que indicam se o cliente está progredindo é uma excelente maneira de aliar inovação e eficácia. Grupos de corrida, por exemplo, usam relógios inteligentes e o profissional de educação física precisa saber usar essa tecnologia. Muitas vezes o aluno conhece mais que o professor, por isso o profissional que não acompanha as tendências, acaba ficando para traz.
Você foi recentemente designada pelo board da IHRSA a fazer parte de um plano de ação global da OMS. O que é esse estudo e em que fase ele se encontra?
Esse plano de ação global foi criado para combater o sedentarismo no mundo, ele é chamado de GAPA (Global Action Plan on Pshysical Activity). Depois de muitas campanhas frustradas para tentar reduzir o sedentarismo mundial, a OMS mudou a estratégia decidiu unir instituições globais aumentando a importância das parcerias e convidou o setor privado de fitness e esporte para um diálogo sobre o assunto. A IHRSA está sendo uma parceira da OMS no sentido de ajudar a localizar quem são essas instituições da iniciativa privada e discutir o que o setor privado pode fazer para acelerar a diminuição do sedentarismo.
Após anos de experiência na IHRSA, o que mudou em sua carreira desde a primeira vez que participou do evento fora do Brasil?
Percebo que hoje precisamos ser cidadãos do mundo para sermos pioneiros em nossas áreas. É preciso conhecer as novidades e tendências que estão surgindo ao redor do mundo. A Companhia Athletica tem uma tradição de pioneirismo, pois foi a primeira academia do Brasil a ter uma esteira computadorizada da Life Fitness, além de ter sido a primeira rede a ter uma sala para a prática de spinning no País.
Isso, em grande parte, deve-se ao intercâmbio cultural que realizei fora do Brasil observando as tendências e novidades. Algumas tendências demoram a chegar ao Brasil, por isso é importante participar de fóruns como a IHRSA. Percebi um grande crescimento da área internacional da IHRSA que nos permite trocar experiências com outros gestores de academias do mundo todo, por isso, posso resumir essa edição em duas palavras: aprendizado e relacionamento.