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    Leah Busque - Fonte: Divulgação.

    Fonte: Divulgação.

    Leah Busque, fundadora e presidente da TaskRabbit, é uma das palestrantes da IHRSA 2018, em San Diego. Sua palestra “Concretizando ideias” mostra como é possível tirar as ideias do papel e criar novos negócios nas empresas. A seguir, você confere a entrevista, na íntegra, concedida para a revista Club Business International.

    Club Business Internacional: Estamos ansiosos para "Concretizar ideias", que é o tema de sua palestra na IHRSA 2018. Quais são as principais mensagens, os conceitos básicos, que você deseja transmitir ao seu público?

    Leah Busque: Minha apresentação engloba uma série de tópicos e noções inspiradoras de como as ideias estão em todos os lugares. Além disso, compartilharei conselhos específicos de como é ser empreendedor e cinco lições aprendidas como empreendedor.

    CBI: Digamos que o funcionário de uma academia tenha uma nova e impressionante ideia que poderia transformar o negócio e mudar o jogo. O que deveria ser feito primeiro? Além disso, algumas pessoas ficam presas na fase inicial de um novo projeto. Como elas podem evitar isso?

    LB: Você precisa pensar em sua ideia fora de lá, testá-la e se iterar dela rapidamente - feito isso, então pode avançar... Para muitos de nós, o medo do fracasso pode paralisar. Eu diria: não se subestime e não pense demais.

    TaskRabbit - Fonte: DivulgaçãoFonte: Divulgação.

    CBI: Em qual lugar do mundo você teve a ideia para a TaskRabbit, o mercado de serviços on-line que você fundou em 2008? Nós ouvimos que isso aconteceu em uma noite nevada em Boston.

    LB: A ideia surgiu quando eu estava sem comida para meus cachorros uma noite, e sair para comprar foi muito incoveniente; teria sido muito conveniente se alguém pudesse fazer isso para mim.

    O episódio aconteceu em fevereiro de 2008, quando a tecnologia das mídias sociais, localização e smartphones estava em seus estágios iniciais.

    Com engenheira de software, reconheci o potencial das tecnologias de conectar pessoas reais, no mundo real, com outras que poderiam fazer coisas reais. Então, eu abandonei meu emprego na IBM, resgatei os meus $28.000 dólares do fundo de pensão, codifiquei a primeira versão do site e lancei o serviço 10 semanas depois em um bairro de Boston para testar o mercado.

    Iniciamos a empresa 18 meses antes da primeira rodada de financiamento.

    CBI: Você está embasada pela expressão “rede ser serviços”. Por que a administração do tempo foi certeira para a TaskRabbit? Qual foi o ponto crucial que desencadeou isso?

    LB: O surgimento dessas três tecnologias foi realmente o que tornou a rede de serviços possível.

    CBI: Você também disse isso. "TaskRabbit construiu muitas coisas. Tentou e falhou”. Você tem aprendizados relacionados a esses momentos para compartilhar com os participantes da convenção?

    LB: Absolutamente. Conversarei com eles com a ajuda de uma apresentação de slides, descrevendo o processo e identificando as áreas nas quais acredito que poderíamos ter movido mais rápido a empresa.

    CBI: Se você pudesse nos desenhar um rascunho da TaskRabbit em um guardanapo de bar – ideia básica, quem são seus clientes, parcerias, países em que você está, receitas, etc.

    LB: A empresa liga você às pessoas do seu bairro que podem te ajudar com trabalhos e tarefas. Nossos clientes são profissionais ocupados - 60% deles são mulheres - que definitivamente estão priorizando outras coisas além de escreverem recados, a fim de terem tempo para outros afazeres como, por exemplo, ir a uma academia.

    De um bairro em Boston, fomos para 44 mercados em todo os Estados Unidos e abrimos em Londres, nosso primeiro mercado internacional.

    Aumentamos em 50 por cento o nosso capital de risco e, com isso, a empresa cresceu.

    CBI: Nós acreditamos que isso é bastante impressionante, ainda mais no contexto da indústria de fitness e da saúde.

    LB: Com certeza! É um capital consideravelmente alto e eu estou orgulhosa da quantia que levantamos, mas muito mais porque, quando éramos menores e enfrentamos as limitações tecnológicas, conseguimos fazer muito com pouco até aqui. Trabalhar desta forma nos permitiu fazer a empresa crescer.

    CBI: Uma vez que você, você mesma, é uma dessas mulheres profissionais, quais tarefas deixa os outros fazerem?

    LB: Eu gosto de terceirizar coisas que me dão vantagem - tarefas que me dão mais tempo em casa com meus filhos, ou uma hora extra para e-mail. Por exemplo, recentemente terceirizei a decoração da minha casa para o Halloween, e também contratei um pesquisador para conduzir uma pesquisa em um novo escritório que eu quero abrir para o meu negócio.

    CBI: O que os profissionais das academias podem aprender com isso? Poderiam usar esse tipo de sistema para administrar seus negócios de forma mais eficiente? As empresas também podem empregar os taskers?

    LB: Na verdade, eles podem. Isso está relacionado à Lei de Vantagens Comparativas. Você terceirizar as coisas quando é apropriado, para que possa se concentrar nas prioridades que só você pode fazer bem. Empresas de sucesso, de fato, fazem esse tipo de terceirização o tempo todo.

    CBI: O que seus taskers fazem de diferente dos provedores de serviços listados na Angie’s List ou no Home Advisor? Vocês são os principais concorrentes do Google ou da Amazon?

    LB: Na verdade, temos parcerias comerciais com todas essas empresas, porque oferecemos o que é essencialmente a complementar como serviço. Se você solicitar uma TV da Amazon, por exemplo, é provável que você precise instalar depois da entrega. Podemos oferecer esse tipo de serviço adicional aos clientes em diferentes segmentos.

    Além disso, também fechamos uma parceria comercial de 18 meses com a IKEA, o que nos trouxe novas e variadas possibilidades.

    IKEA.jpgFonte: Divulgação.

    CBI: Isso mesmo - no final de setembro, você vendeu a TaskRabbit para a IKEA. Mas entendemos que a TaskRabbit continuará a operar de forma independente. Você ainda estará envolvida? O que você está fazendo agora?

    LB: Com a aquisição, a TaskRabbit operará de forma independente, mas sob uma nova diretoria composta por pessoas da IKEA. Toda a gestão da TaskRabbit foi dissolvida como parte do processo de venda.

    Eu estou muito animada por ser uma das sócias da FUEL Capital, uma empresa de capital de risco com sede em São Francisco, que se concentra, principalmente, em empresas em fase inicial nos mercados de varejo, hardware, tecnologia de consumo e educação, bem como outras organizações.

    Nós entramos quando uma ideia ou produto está em sua fase inicial. Em muitos casos, estamos realmente investindo na equipe e fundadores, porque acreditamos neles e em sua visão.

    CBI: Na sua opinião, como a economia compartilhada e a rede de serviços mudaram as expectativas da sociedade ... e a natureza dos negócios? Para onde que você acha que as coisas estão indo? Feche seus olhos por um momento e conte-nos o que você vê.

    LB: Recentemente, tudo se tornou “sob demanda”. Este é um novo conceito para os consumidores e a expectativa de que tudo esteja disponível imediatamente aumenta de forma considerável. Quando percebi que isso acontecia, percebi que não seria uma tendência fugaz.

    Hoje, vejo novas tecnologias emergentes que afetarão os próximos 10 anos. A Inteligência Artificial (AI), como uma plataforma, é apenas um exemplo. Terá um efeito dramático em diversos segmentos.

    CBI: A TaskRabbit começou a atribuir tarefas que podem ser concluídas de 60 a 90 minutos. E quanto ao cenário fitness? As academias podem criar um aplicativo e enviar um treinador para a casa de alguém?

    LB: Sim, as academias podem fazer o mesmo e, quando o fizerem, serão conduzidas pela expectativa do consumidor. Vivemos em um mundo sob demanda!

    CBI: O que o sucesso da TaskRabbit diz sobre o uso do mobile?

    LB: Mobile é uma plataforma realmente importante, mas outras promissoras também estão surgindo. Academias e clubes seriam prudentes em começar a observar os wearables e em como interagem com o mobile. A próxima geração de smartwatches será bem interessante.

    CBI: Finalmente, se desejar, conte-nos mais sobre o FUEL Capital. Que tipo de empresas interessa para vocês?

    LB: Buscamos gestores com coragem, sabedoria e determinação para criar coisas novas e que as pessoas não podem viver sem.

    Muitas vezes, nós corremos o risco de apostar em um idealista com aquele brilho no olhar. Buscamos pessoas que desejam criar produtos e serviços que alterem as regras e se tornem icônicos - como a TaskRabbit.

    Uma vez que investimos, treinamos e orientamos; ajudamos a recrutar ou arrecadar dinheiro; encontramos clientes, parceiros ou conselheiros. E, conectamos todos os participantes para que juntos possamos ter boas ideias. Nós valorizamos relações genuínas, a confiança e membros produtivos da equipe de uma empresa.

    CBI: Qual é o próximo passo para Leah Busque?

    LB: Continuarei a trabalhar com inovadores talentosos que não se encaixam no molde típico e podem não ter acesso a investidores e capitais, mas têm potencial para desenvolver grandes empresas que mudarão o rumo das indústrias - e do mundo.

    CBI: Podemos encontrá-los no espaço de fitness? Nosso objetivo é mudar vidas e melhorar a saúde do mundo.

    LB: Absolutamente! Eu acho que aqui estão as grandes marcas e empresas a serem construídas, e eu adoraria ser uma parte delas.

    Outras informações

    A palestra de Leah será realizada no dia 22 de março, das 8h30 às 9h45. Sua participação será patrocinada pela Technogym. Para obter mais informações sobre o programa de tradução simultânea ou se inscrever, conecte-se a http://hub.ihrsa.org/ihrsa-2018-translation-program-portuguese

    Confira toda a programação do evento em português: http://hub.ihrsa.org/ihrsa2018-brochure-download-portuguese-0