A brasileira especialista em fitness, diretora técnica da rede Companhia Athletica e membro do conselho da IHRSA vê oportunidades pela frente. Confira a entrevista que fizemos com a gestora sobre o legado da indústria fitness.
Baseada em São Paulo, Brasil, Monica Marques supervisiona a programação de fitness nas 17 academias da Companhia Athletica, o que a coloca no comando de mais de 1.200 instrutores de fitness. Como membro do conselho da IHRSA, Marques tem pressionado por mais alianças com organizações internacionais de saúde na promoção da inclusão. À medida que a pandemia começa a afrouxar seu controle sobre a atividade global, ela fica satisfeita em ver a indústria se movendo nessa direção.
CBI: Quais tendências você vê surgindo no futuro próximo?
MONICA MARQUES: Programas multidisciplinares de promoção de saúde, projetados para combater comorbidades como hipertensão, obesidade e diabetes, serão extremamente valiosos. A consciência da importância do exercício preventivo aumentou durante a pandemia e muitas pessoas sedentárias se interessaram por esses programas quando se sentiam seguros para retornar às academias. As aulas em grupo voltarão mais fortes. Depois de um longo período de isolamento, as pessoas desejam atividades sociais e divertidas. Eles serão realizados em instalações reconfiguradas, mas será uma tendência forte.
CBI: Que medidas podemos tomar para aumentar a inclusão e a diversidade nas academias?
MONICA MARQUES: Todo o setor de fitness deve criar programas com foco nos grupos mais sedentários, incluindo idosos, deficientes físicos e crianças. Dependendo do país e da cultura, o nicho mais sedentário pode ser a população mais rica ou com menos renda, então precisamos oferecer programas em todas as faixas econômicas . A OMS [Organização Mundial da Saúde] desenvolveu uma abordagem integrada de combate ao sedentarismo, conhecida como GAPPA (Global Action Plan on Physical Activity). No Brasil, ACAD Brasil lançou o programa Brasil + Ativo para promover a atividade física, mesmo durante a pandemia.
CBI: Qual o papel que o IHRSA deve desempenhar no avanço dessa meta?
MONICA MARQUES: IHRSA é um parceiro e líder muito importante dentro do movimento global, reunindo jogadores-chave, parceiros de fitness e esportes para apoiar as ações e comunicações em torno do GAPPA. Recentemente, a IHRSA lançou várias iniciativas para promover a atividade física, como o programa UFIT; Fique ativo para todos; Conselho Consultivo de Medicina, Ciência e Saúde; e outros. E agora essas iniciativas ficarão ainda mais fortes com o lançamento da GHFA (Global Health & Fitness Alliance).
CBI: Em março, você deu uma palestra para o IHRSA Fitness Brasil “Com Elas”, evento virtual que contou com uma programação única e somente palestrantes mulheres - inédito para o setor no Brasil. Como foi essa experiência para você?
MONICA MARQUES: A experiência foi ótima. Me senti muito honrada em participar com as 20 mulheres super qualificadas que se apresentaram no evento IHRSA Fitness Brasil. Conversamos sobre tendências, tecnologias, saúde, integração e os desafios que toda a indústria de fitness enfrentará nos próximos 12 meses.
CBI: O que a deixa otimista sobre o futuro da indústria?
MONICA MARQUES: Há um mundo de novas possibilidades pela frente! A atividade física é extremamente importante para a saúde humana. Vendemos um produto que afeta positivamente o bem-estar físico, mental e emocional. Embora tecnologias, equipamentos e instalações possam mudar, a fisiologia humana e a necessidade de exercícios regulares sempre permanecerão. O desafio é atrair pessoas sedentárias, mudar comportamentos, desenhar novos modelos de negócios, e criar programas irresistíveis e divertidos, para que esta enorme população que precisa de nós encontre atividades que os façam apaixonar pelas nossas academias.