Como fazer os grupos funcionarem nas academias? Apesar da conveniência de malhar em casa, das aulas de fitness digital e da novidade dos treino ao vivo, o exercício on-line não reproduz fielmente a experiência de exercícios em grupo: energizante, interativa e presencial.
A pandemia revelou o imenso valor das aulas coletivas para as academias quando se trata do engajamento de clientes e de oportunidades de socialização e retenção. “Os instrutores das aulas em grupo foram os heróis durante as paralisações. Eles entraram na internet imediatamente para se conectar e se tornaram a voz, a linha de frente e a visão das academias”, observa Sara Kooperman, CEO da SCW Fitness Education e WaterinMotion.
À medida que a pandemia perdurou, os treinos coletivos — seja on-line, ao ar livre ou em grupos menores e socialmente distantes — foram de fato essenciais para ajudar os clientes a melhorar a saúde física e mental, combater o isolamento e manter a conexão com a academia. Agora, enquanto o mundo emerge da Covid-19, os treinos coletivos têm se mostrado ainda mais fortes para manter o engajamento e atrair novos clientes.
“Após meses de isolamento, as academias estão prontas para atender ao anseio pela interação comunitária e humana”, afirma Sean Turner, CEO da Les Mills nos EUA. “Oferecer treinos em grupo de alta qualidade é a chave para a recuperação.”
Diante da evolução da categoria e da concorrência cada vez maior, a indústria do fitness deve investir, adaptar e promover programas de treinos coletivos para impulsionar os negócios. Segurança em primeiro lugar
Mesmo com acesso mais amplo à vacina, os clientes ainda podem estar relutantes em se juntar a uma sala lotada de pessoas. “Ainda estamos seguindo todos os protocolos para garantir a segurança. Na verdade, máscaras e distanciamento social podem fazer parte da indústria do fitness para sempre”,
diz Mark Miller, COO da Merritt Clubs, com nove unidades em Maryland. Embora os limites de capacidade nas aulas também possam ser fac ilitados, as academias devem reconhecer que os clientes que se acostumaram a ter mais espaço físico podem resistir ao que antes era um volume aceitável de participantes. “Costumávamos permitir mais de 50 pessoas por aula, mas os clientes comentaram que querem desfrutar de espaço extra”, observa Melissa Shippy, diretora de exercícios no Houstonian Club, no Texas.
As academias devem reforçar protocolos. “Mesmo antes da Covid, tínhamos padrões de limpeza extremamente altos. Continuaremos com essas práticas, proporcionando experiências seguras aos nossos clientes”, diz Lesley Kiger, gerente da Chelsea Piers Fitness.
Entrega e localização
A pandemia eliminou as paredes e os treinos passaram a ser oferecidos virtualmente
— via liverstream e sob demanda — em qualquer lugar, a qualquer hora. Mesmo com o
retorno das aulas tradicionais nas academias, os clientes agora esperam um modelo de
entrega híbrida, que ofereça acesso a aulas dentro e fora do estúdio. “A pandemia forçou muitas academias a adotarem, mais rápido do que esperado, um modelo de negócio híbrido, o que mostra a importância das ofertas virtu ais para manter as pessoas engajadas. Uma plataforma digital expande as opções de adesão, o
que atrai uma gama mais ampla de públicos”, diz Adam Zeitsiff, presidente e CEO
da Intelvideo. A Les Mills acelerou a inovação para oferecer novos mecanismos de entrega de
treinos. “Com o omnichannel (*) fitness, as academias estão focadas em fortalecer a
oferta digital para manter os clientes ativos e engajados, mesmo quando não estão na
instalação”, diz Turner. De fato, as ofertas virtuais eliminam limitações geográficas para a adesão, permitindo
assim que as academias capitalizem fluxos de receita suplementar de pessoas que podem nunca pisar em suas instalações. As aulas ao ar livre promovidas pelas academias também têm proporcionado novas oportunidades para exercícios em grupo seguros e socialmente distantes.
“Essas aulas são uma ótima ferramenta de marketing. Aprendemos que precisamos ser flexíveis, nos adaptar e avaliar
Ajuste sua programação
Dadas as preocupações com o compartilhamento de equipamentos, muitas academias substituíram as sessões padrão de treinamento de circuitos. “Adicionamos um novo formato que permite que cada participante tenha sua própria baia de equipamentos, incluindo uma bicicleta, remador, rolo de espuma, equalizador e pulseira TRX. Vimos mais academias criarem baias para manter todos seguros, o que a umentou a demanda
por equipamentos versáteis como halteres, kettlebells e medicine ball”, diz Erin
McGirr, gerente de marketing da Perform Better. Zeitsiff diz que tanto a variedade de programação quanto a conveniência do usuário são fundamentais: “uma academia que funciona em modelo híbrido pode oferecer
uma ampla variedade de opções de fitness em grupo — variando no estilo de treino e na duração das aulas — com instrutores treinados para executar aulas presenciais IHRSA e digitais. O conteúdo online deve ser fácil para que os clientes encontrem rapidamente. Lembrando que as ofertas presenciais servem como a base para tornar seu conteúdo digital ainda mais robusto, aumentando assim o valor e a experiência das adesões à academia.”
Pronto para a retomada
As aulas coletivas estão voltando melhor do que nunca — potencialmente com novos seguidores das sessões on-line — à medida que as pessoas anseiam por experiências táteis e presenciais. “Nada pode corresponder às comunidades altamente engajadas que estão centradas em conexão autêntica, humana, responsabilidade e experiências ao vivo. Veremos um enorme boom nas aulas coletivas e presenciais nos próximos doze meses”, diz Turn.
Texto disponível na CBI Magazine 2021.
Traduzido pela ACAD.
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