Josh Linker é empresário, autor e músico de jazz e será um dos palestrantes da IHRSA 2018, em San Diego. Em entrevista à revista Club Business International, ele falou um pouco mais sobre o tema que apresentará durante a convenção: “Canalizando a inovação: transformando ideias rudimentares em resultados formidáveis” e, também, sobre sua vida pessoal. A seguir, você confere o material na íntegra.
Club Business International: Ouvimos dizer que, além de ser um consultor de gestão bem sucedido, você também é um guitarrista de jazz profissional. Podemos esperar um pouco de pizzazz em sua palestra na IHRSA 2018 no próximo mês?
Josh Linkner: Haverá toneladas de energia e, como você disse: pizzazz! Farei referência à música, com certeza, e contarei muitas histórias divertidas e inspiradoras que se aplicam, diretamente, aos temas de crescimento e sucesso.
CBI: De acordo com sua biografia, você se interessa por tipos criativos em geral - músicos, empresários e até hackers.
JL: Sim, é verdade. Sinto-me atraído por eles, porque são pessoas que mudam o mundo e que fazem história. Dito isso, acredito que todos nós somos criativos. Todo ser humano tem uma tremenda capacidade criativa; a pesquisa apoia isso. Eu sou apaixonado por ajudar as pessoas a se conectarem a essa capacidade e aproveitá-la para usos produtivos.
CBI: E, claro, você também é o fundador de quatro empresas high-tech e um investidor ativo. Então, qual será a principal mensagem que levará para San Diego?
JL: Compartilharei algumas ideias e técnicas simples, ainda que muito poderosas, para impulsionar a "inovação cotidiana", que são baseadas em minha própria experiência e em diversas pesquisas. Desafiarei o público a se tornar criativo em todos os aspectos no ambiente de trabalho, a servir melhor seus clientes e a conquistar mais. Juntos, faremos uma jornada para analisar e entender a mentalidade e abordagens de algumas das pessoas mais inovadoras do planeta e, então, conectar os pontos para aplicar essas habilidades diretamente ao nosso dia a dia no trabalho.
CBI: Imagine que estamos tomando uma xícara de café. Pegue um guardanapo e rabisque um pequeno esboço de sua prática de consultoria, The Institute for Applied Creativity - suas atividades, clientes, escopo, grandes realizações.
JL: Ajudamos as organizações a promoverem e facilitarem a criatividade e a inovação em seus ambientes internos. À medida que abordamos desafios comerciais específicos, nós cultivamos as ideias da equipe, ajudando a desenvolverem abordagens e habilidades relevantes e gratificantes para uso futuro. Resumidamente, minha missão é ajudar as organizações a aproveitarem e dominarem a criatividade e a inovação para que consigam mais resultados nestes tempos altamente competitivos e de mudanças rápidas.
CBI: Sem dúvida, muitas das jovens empresas nas quais você investiu vieram com muito entusiasmo, ideias e noções inovadoras. Por que algumas decolam e outras falham? Existem alguns denominadores comuns?
JL: Sim! As empresas têm que encontrar um equilíbrio entre o sonho e a disciplina, entre inovação e execução. Muitas vezes, as organizações quebram em curto prazo porque não possuem um desses componentes. Outra armadilha que vejo é que as organizações têm uma visão de prazo muito curto ou muito longo, quando, claramente, é necessário um equilíbrio para o sucesso sustentável.
CBI: O que torna uma startup tão atraente e “sexy”, que faz com que as pessoas assumam riscos? Como os gestores de academia podem manter esse tipo de energia sedutora viva à medida que seus negócios amadurecem?
JL: Eu acho que o apelo está em poder imaginar o que é possível. Os gestores de academias certamente podem endossar, abraçar e manter o pensamento inicial desde que as portas de suas instalações se abriram. O que é necessário é a aprendizagem contínua, crescimento e reinvenção.
CBI: Como você pode inspirar uma equipe em uma empresa mais madura a sonhar e, no processo, aumentar sua produção criativa? Como você se diverte?
JL: Injetar um pouco de diversão no processo pode ser uma grande vitória. O progresso nem sempre é sério. De fato, nossas faculdades criativas funcionam melhor em ambientes favoráveis e divertidos. Se você quiser estimular a inovação, tire os óculos de mau-humorado e faça sua equipe rir.
CBI: O que você faz para ficar fresco e inspirado?
JL: Tocar jazz na guitarra faz isso por mim. Nunca me cansa, uma vez que a maioria da música é improvisada - criada, composta, conforme você toca. A música, para mim, é uma fonte de inspiração sem fim.
CBI: Você sugeriria que os gestores de academia se voltem para sua música favorita para buscar inspiração?
JL: Os proprietários das academias devem fazer o que for preciso para se inspirar. Pode ser música, arte, esportes, drama, natureza - ou qualquer outra coisa. Eles devem ir com o que quer que faça seu coração bater mais rápido. E, então, fazerem mais isso!
CBI: De que outra maneira você consegue mover “a agulha” em seu próprio indicador de desenvolvimento pessoal? Você observou que "os atletas profissionais conseguem atingir os níveis mais elevados ao gastarem 90% do tempo treinando e 10% do tempo competindo".
JL: Sim, é algo assim. Eu leio constantemente - pelo menos 12 livros por ano, mais toneladas de revistas e blogs - e eu escuto podcasts. Mas também me empenho em aprender e melhorar diariamente, tentando fazer coisas novas e observando outras. A atividade física é outro ponto chave. Eu tento fazer 30 minutos de exercício por dia para manter minha mente e meu corpo afiados.
Quanto mais você aprender e treinar, mais você prospera.
CBI: O que, além de comparecer à IHRSA 2018, você acha que os gestores de academias podem fazer para manter-se afiados?
JL: Eles devem fazer um ponto de revisão periódica e desafiar as tradições e os principais pressupostos... Também devem esculpir algum tempo para a criatividade bruta. Se você vê a criatividade como um músculo, então, assim como seu bíceps, ela precisa ser desenvolvida. Mesmo duas explosões criativas de 15 minutos por semana podem percorrer um longo caminho. Estes podem assumir a forma de música, brainstorming, rascunhando, fazendo pesquisas no Google ou qualquer outra forma de expressão criativa.
CBI: Em suas apresentações, você costuma usar uma citação de Abraham Lincoln: “Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis afiando meu machado.” O treinamento do pessoal é vital, mas alguns consideram isso como uma tarefa. Como você deixa sua equipe afiada?
JL: Faça um jogo. Crie desafios e competições. Torne os treinamentos interativos e participativos. Livre-se do modelo antigo - um professor na frente da sala com um quadro-negro - e concentre-se mais no exercício diferente e divertido.
CBI: Você é um guitarrista de jazz profissional desde os 13 anos. O que aprendeu com essa experiência? E o que os músicos têm em comum com os empresários?
JL: Aprendi que os músicos amam assumir riscos criativos - assim como empresários. Ambos são inerentemente curiosos, constantemente questionam a maneira como as coisas estão agora e especulam sobre o que poderiam ser. Ambos os perfis também se envolvem em "pensamento improvisado" - em tempo real - sobre o que é possível, em vez de continuar a fazerem as coisas como sempre foram feitas.
Hoje, muitos de nós precisamos ser capazes de inovar constantemente e em tempo real. O mundo é muito complexo e se move muito rápido. Precisamos nos adaptar rapidamente e tomar decisões sem quaisquer notas ou regras na nossa frente.
Agora, os melhores líderes não aplicam políticas - eles criam diretrizes e fornecem recursos para que as pessoas possam realizar sua arte particular - o que pode significar qualquer coisa, desde um clube até ser advogado, até a construção de móveis artesanais.
CBI: Agora voltando à música: como você pode fazer uma empresa “jazzística” - hip, vibrante, ousada, flamboyant e emocionante?
JL: Uma abordagem - buscar uma grande variedade de campos e indústrias. Em vez de visitar outras academias, por exemplo, estudar hotéis, restaurantes, cafés, galerias de arte, locais de entretenimento, etc. Você pode descobrir muitas ideias criativas que estão sendo utilizadas por outras empresas, que pode "roubar" e levar para o seu negócio, para fazer uma grande diferença.
CBI: Uma das coisas certamente incomum que você fez para se educar é descer ao submundo dos hackers e, posteriormente, documentar a experiência em Hacking Innovation, seu último livro. Descreva a mentalidade do hacker.
JL: O estilo de vida hacker consiste em encontrar formas criativas e pouco ortodoxas de resolver alguns problemas muito complexos.
CBI: Qual foi a experiência mais estranha que você teve ao explorar esse estilo de vida?
JL: Há muitas. Recentemente, por exemplo, eu tive “dar meu jeito” para entrar em um quarto de hotel, à uma da manhã, em Bowling Green, Kentucky. A mentalidade do hacker/ renegado é relevante para os profissionais de academias, na medida em que eles devem aspirar a libertar-se da mentalidade competitiva e se esforçarem para proporcionar uma experiência profundamente diferente.
CBI: Você é nativo de Detroit, que, há anos, foi o lar da indústria automobilística e do mundo da música, mas a cidade está sofrendo agora. Há alguma lição a ser aprendida com sua experiência?
JL: Ficamos obcecados com o nosso próprio sucesso. Complacência estabelecida, e sentimos que tínhamos direito a uma prosperidade infinita. Perdemos nossa mentalidade criativa e empreendedora, o que trouxe muitos, muitos problemas.
CBI: Você foi o parceiro fundador e CEO da Detroit Venture Partners (DVP) e foi homenageado pelos seus esforços para ajudar na recuperação da cidade. Um pequeno relatório de progresso?
JL: Passei quatro anos na empresa. Já não tenho um papel ativo, mas meus parceiros continuam a investir em empreendedores, fornecendo uma plataforma para mudanças sociais e revitalização urbana. Estou imensamente orgulhoso do impacto que o fundo está tendo na cidade e nas pessoas.
Felizmente, hoje, Detroit está em ascensão de uma maneira grande. Voltaremos a voar, mais uma vez, porque, hoje, estamos imaginando, inovando e criando de novo.
CBI: Como você tenta convencer os cidadãos de Detroit sobre o poder das possibilidades? Quando as coisas estão bem, bem abaixo, como você cria impulso positivo?
JL: Muito além de mim e da DVP, nossa cidade está subindo das cinzas com paixão e determinação. Somos alimentados por um propósito comum: restabelecer Detroit como um farol de esperança, oportunidade e inovação. Essa grande visão gerou um impulso incomparável.
CBI: Como resultado do seu trabalho, você recebeu duas vezes o prêmio Empreendedor do ano Ernst & Young e recebeu o prêmio Campeão da Mudança do presidente Barack Obama. Você foi à Casa Branca? Em caso afirmativo, como foi aceitar um prêmio de um presidente dos Estados Unidos?
JL: Sim, tive muita sorte em visitar a Casa Branca para receber o prêmio. Foi uma grande honra conhecer o presidente Barack Obama e ouvir seu entusiasmo pelo trabalho que fizemos em relação à inovação em Detroit. Fiquei atônito com certeza! Independentemente de você concordar com a política dele ou não, Obama é uma pessoa carismática, bem intencionada, inteligente e incrível.
CBI: Como Detroit, os americanos estão enfrentando o que parece ser um problema sem solução - a crise de inatividade e obesidade. As pessoas da nossa indústria estão empenhadas em resolver isso. Alguma sugestão?
JL: Estimulo você a ser criativo. Estimulo-o a explorar abordagens não tradicionais e encontrar modelos radicalmente novos para enfrentar este importante desafio. Improvisem!
Outras informações:
A palestra de Josh será realizada no dia 23 de março, das 8h30 às 9h45. Para obter mais informações sobre o programa de tradução simultânea ou se inscrever, conecte-se a http://hub.ihrsa.org/ihrsa-2018-translation-program-portuguese
Confira toda a programação do evento em português: http://hub.ihrsa.org/ihrsa2018-brochure-download-portuguese-0
Acesse a entrevista original em: http://pubs.ihrsa.org/CBI/2018/February2018/.