Por Jacqueline Antunes, Diretora para América Latina da IHRSA
Petições da ACAD Brasil em prol de apoio governamental atingem grandes resultados
A pandemia de coronavírus está tendo um impacto incalculável na indústria fitness da América Latina. Gestores de academias do Brasil, Argentina, Colômbia, México e outros países foram obrigados a fechar seus estabelecimentos por volta do fim de março, sem previsão de retorno.
A ACAD Brasil (Associação Brasileira de Academias), associação comercial parceira da IHRSA, reporta que muitos negócios estão com terríveis dificuldades financeiras, chegando à possibilidade de falência. A organização está trabalhando próxima ao Ministério da Economia, fornecendo uma lista de sugestões para oferecer uma conjuntura que alivie os afetados pela crise.
“Nós estamos certos de que os nossos esforços valeram a pena, pois contribuiu para sermos contemplados pela MP-936. A união do setor, representado pelas atividades da organização, ajudou muito para que parte das demandas fossem ouvidas e aceitas pelo governo. Muitos empreendedores responsáveis por academias estão sendo beneficiados neste momento de crise” observa Mario Duarte, advogado da ACAD e coordenador de ações legais da força tarefa do COVID-19.
A MP-936 permite empregadores a suspender colaboradores ou reduzir seus salários temporariamente, assim como uma redução proporcional do número de horas trabalhadas; e a criação de uma modalidade de seguro desemprego para os autônomos.
COVID-19 leva gestores a se associarem
A pandemia de coronavírus fez com que diversos operadores de academias da América Latina trabalhassem juntos e, em certos casos, a formar associações ou federações para representar seus interesses nos espaços públicos.
Entre as organizações que foram estabelecidas ou expandidas recentemente estão:
- Associação Peruana de Empresários Fitness (APEF): Fundada em abril, um dos primeiros passos adotados pelo grupo foi exigir que o governo do Peru certifique as unidades como promotoras da saúde integral (física, mental e emocional) e bem estar familiar. Assim, as academias seriam qualificadas para serem incluídas na lista de negócios reabertos na primeira fase de retomada da economia.
- Associação Mexicana de Academias e Clubes (AMEGYC): Apesar do trabalho prioritário da AMEGYC ter sido pausado por conta da pandemia, o fechamento dos negócios no país em março levou os integrantes a dar o primeiro passo para o funcionamento efetivo da organização. “Como uma associação, academias e gestores estão prontos para cumprir as datas e as medidas de reabertura indicadas pelo governo, por conta do fato de que os decretos de fechamento impactaram o setor”, afirma Nelson Vargas, membro e porta-voz do grupo. “Nesse momento, academias estão enfrentando a contingência com os seus próprios recursos e, em alguns casos, recorrendo à financiamentos bancários.”
Academias se esforçam para entrar nas regras de reabertura
A questão mais urgente para os operadores da América Latina é “Quando nós poderemos reabrir?”, seguida imediatamente por “Quais novas normas de segurança seremos obrigados a cumprir?”
Para orientar estas questões como a organização do espaço, posição dos equipamentos, higienização e quantidade de pessoas circulando, eles estão contando com as diretrizes governamentais, associações nacionais e internacionais, fornecedores; além da experiências de países que já passaram pela pandemia, tais como China, Hong Kong, Singapura, integrantes da União Europeia e etc.
Países com as suas próprias associações, como o Brasil e a Argentina, desenvolveram protocolos de reabertura para as academias. Em ambos os casos, os programas estão seguindo as informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil também está acompanhando professores do departamento de saúde pública da Universidade de São Paulo.
Na Colombia, que não possui uma associação, líderes da indústria estão recebendo uma lista de recomendações apresentada pelas autoridades locais de saúde para sua revisão.